Sex on the Beach ao vivo no Festival DoSol. Foto de Rafael Passos
Talvez nem os próprios integrantes do Sex on the Beach saibam quanto é alto o Q.I. – Quem Indique – deles. Pelo menos três de cada cinco pessoas envolvidas com a música independente no Nordeste dizem que esse é um show que precisa ser visto. Que essa é uma banda que tem que estar nas grandes programações. Apesar de tanta recomendação, demorei para ver ao vivo o trio de Campina Grande. Deve ser bronca fazer Surf Music morando em uma cidade que não tem praia. Não menor que a bronca que é ser uma promessa de um gênero em pleno Nordeste, região onde moram os Retrofoguetes, que são tipo um dos melhores do mundo no que fazem, nesse mesmo gênero.
Sou da teoria de que Surf Music nunca precisa de muito esforço para agradar. Isso deixa o trabalho de qualquer banda ainda mais difícil se quiser chamar atenção. O Sex on the Beach chama atenção e até faz um pouco de jus a fama que estão construindo. A diferença vem do tanto de referência que eles acrescentam de rock nacional a já esperada influência de Dick Dale. As músicas levam o nome dos ingredientes da bebida que batiza a banda e são todas acompanhadas de um certo virtuosismo. É divertido ver caretas e pose na guitarra em um show de rock. Quebra um monte com a imagem construída por várias bandas do gênero. E talvez aí esteja o ponto maior para eles.
Talvez o que ainda falte para o Sex on the Beach dar o pulo seja um pouco mais de repertório. Afinal, esse é um meio complicado não penas pelo Surf Music – onde já temos o Dead Rocks, Retrofoguetes, etc – mas pelo próprio instrumental. Depois de Pata de Elefante, Macaco Bong, Camarones Orquestra Guitarrística e outros afins, o funil ficou ainda mais complicado. O show termina sem nenhum riff na cabeça e nenhuma sequência para grudar no repeat mental por horas. A imagem da banda no palco ainda é mais forte. Por hora, enquanto começam a pegar a estrada e ganhar forma enquanto tocam pelas cidades vizinhas, isso já é mais do que suficiente.
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