Ainda falta um pouco para o ano entrar na sua reta final, mas é suficiente para começar a fazer considerações sobre o que aconteceu. Depois de visitar festivais, shows, cidades e conversar com produtores, bandas e público, fica quase impossível pensar que 2006, de fato, foi uma entressafra braba na música nacional. Poucos lançamentos decisivos, raros shows fundamentais.
Até o gigante Tim Festival, este ano, teve uma atmosfera de “passável”. Principalmente para quem já morava no Rio de Janeiro, que engrossou o caldo de público desistente desfazendo de ingressos já em cima da hora. O Recife teve papel fundamental nesse hiato, como uma das cidades que menos produziu e se movimento. É aproveitar esses dois meses de ressaca para reganhar fôlego e torcer que as coisas passem a melhorar.
Esquisito
No novo site Música de Pernambuco o forró e o maracatu não são nem música popular brasileira, nem cultura popular. O último virou música de carnaval e Silvério Pessoa não faz música urbana. Decisões arriscadas num espaço que pretende vender nosso repertório para fora. E ainda esquecendo artistas como Caju & Castanha.
No forno
Os DJs Dolores e Bruno Pedrosa estão com disco novo já pertinho de ser lançado. O primeiro terminou as cinco primeiras músicas e pretende produzir uma construída coletivamente na Internet. O segundo volta a cidade dia seis para finalizar a segunda edição do Transformer.
Êxodo
Sabe aquele verso “não vou, não vou, não vou embora”? Pois é, ele foi. Fabinho Trummer, do Eddie, fez as malas de vez para a cidade de São Paulo. Considerando que a Eddie era a banda que mais guarda sucesso e público na cidade, isso pode ser considerando como um sinal tenebroso sobre o futuro da cena local.