Dizer que o Brasil ainda engatinha no que diz respeito a um mercado de música digital é exagerar no otimismo. Temos algumas ações independentes isoladas – como o rapper Emicida, que decidiu vender por email sua música, conseguindo atingir mil vendas em menos de uma hora – mas, no geral, o grande público ainda recebe ofertas caras por arquivos de pouca qualidade. Comprar músicas online, na maioria das plataformas, é uma péssima idéia. A melhor alternativa, na maior loja de música digital do mundo – a iTunes Music Store – se abre aos poucos para o público, mas ainda é bem fechada para artistas.
A ONERPM – One Revolution People´s Music aposta nesse grande gargalo. Até agora, alguns produtores específicos conseguiam fazer essa ponte entre bandas nacionais e a loja do iTunes, mas ninguém tinha transformado isso em negócio aberto. Além da loja da Apple, eles negociam músicas nas plataformas do LimeWire e eMusic. O sistema é bem simples: o próprio artista se cadastra, envia suas músicas e decide por quanto elas serão vendidas. Sem mexer em direito autoral e com uma boa divisão de royalts – a banda (ou selo) fica com 90% da venda.
Enquanto fazem um bom negócio do lado dos artistas, aproveitam para fazer outro do lado do público. A jogada é para promover a própria loja da OneRPM, que também vende música digital (artistas podem escolher faixas gratuitas para degustação). Ainda é possível baixar a faixa em formato WAV, sem perder qualidade de compressão, o que é bom para DJ’s. Até ai não tem nada muito diferente do que já era feito por outras lojas. A grande vantagem da loja são os preços: o álbum mais caro custa R$ 12,99 e é possível comprar faixas por até R$ 0,79. Isso permite algo inédito, como vender música para o público internacional em dólares e para o brasileiro em reais, cobrando exatamente o mesmo valor proporcional.